Ano de 2019, ano de eleições europeias. Parte II – Imagens soltas de uma União Europeia em decomposição a partir de alguns dos seus Estados membros. 1º Texto – A Grécia – Círculo dos patriotas desaparecidos – Parte B

(Olivier Delorme, 19 de Fevereiro de 2019)

O que a Grécia também mostra é que uma alternância da “esquerda radical” no contexto do euro e da UE só pode resultar na continuação e no agravamento continuado das mesmas políticas neoliberais. Porque, tal como a esquerda reformista antes dela, ela se desacredita e acaba por restaurar o poder à direita sem ter mudado nada na ordem económica e social, mas tendo acabado por desacreditar a política e a democracia: a única escolha hoje é entre o quadro europeu e a verdadeira alternância.

Ano de 2019, ano de eleições europeias. Parte II – Imagens soltas de uma União Europeia em decomposição a partir de alguns dos seus Estados membros. 1º Texto – A Grécia – Círculo dos patriotas desaparecidos – Parte A

(Olivier Delorme, 19 de Fevereiro de 2019)

Então, se na Grécia,  a Europa é paz, esta é então muito semelhante à paz dos cemitérios. E uma vez que nos disseram durante meses e em todos os tons que “a Grécia está melhor” e que os números o mostram, vejamos os números. Entre 2009 e 2017, a taxa de mortalidade caiu de 9,8 ‰ para 11 ‰, a taxa de natalidade caiu de 10,6 ‰ para 8 ‰, enquanto entre 2009 e 2015 a esperança de vida saudável caiu dois anos, de 66 para 64 anos. Tais variações nas estatísticas populacionais, que refletem mudanças que são geralmente de natureza de longo prazo, são mais parecidas com as variações dos tempos de guerra.

Ano de 2019, ano de eleições europeias. Parte I – Grandes planos sobre uma União Europeia em decomposição. 4º Texto – Tratado de Aix-la-Chapelle : de que direito ? (Parte B)

(Bolmann Yvonne, 12 de Março de 2018)

O que se segue, quem se segue? A própria França, talvez? Sentimo-nos tentados a acreditar nisso a partir do discurso de Richard Ferrand quando apresentou o projeto de acordo parlamentar[39]. A criação de uma assembleia interparlamentar parece ser o estabelecimento de um “verdadeiro contrapoder franco-alemão, um lugar de intercâmbio e debate, mas também de decisão”. Como pode um Presidente da Assembleia Nacional regozijar-se com uma tal negação da liberdade e independência nacionais, que afetaria a própria existência da instituição a que preside, e que trairia o “princípio” da República de “governo do povo, pelo povo e para o povo”?

Ano de 2019, ano de eleições europeias. Parte I – Grandes planos sobre uma União Europeia em decomposição. 4º Texto – Tratado de Aix-la-Chapelle : de que direito ? (Parte A)

(Bolmann Yvonne, 12 de Março de 2018)

O intraduzível, o indizível, até mesmo o irracional, estão, no entanto, bem no tratado, mas não como a elegância do romantismo. Porque o objetivo enunciado no artigo 13º, “facilitar a eliminação dos obstáculos nos territórios fronteiriços”, é uma verdadeira empresa de destruição, tanto para o território nacional da França como para os seus cidadãos. Nada será mais inteiramente deles, deles somente,  dado o apetite sem limites expresso pelo desejo de “ultrapassar os obstáculos à execução de projetos transfronteiriços”. Esta desmedida  pode conduzir à sua recusa, que os cidadãos franceses, a quem os “obstáculos” efetivamente unem e protegem, deveriam poder expressar num referendo.

Ano de 2019, ano de eleições europeias. Parte I – Grandes planos sobre uma União Europeia em decomposição. 1º Texto – As onze questões sobre a União Europeia, de Coralie Delaume e David Cayla

(Jacques Sapir, 16 de Março de 2018)

Sobre a questão de Portugal, Coralie Delaume e David Cayla analisam de forma muito interessante, em poucas páginas, tanto o sucesso (relativo) da estratégia do governo português como as suas limitações. Mostram de forma convincente que aquilo a que agora se chama um “sucesso” nos círculos de “esquerda” se baseia, na realidade, numa emigração massiva e numa estratégia desenvergonhada de dumping social e fiscal [19]. A conclusão a que chegam é que Portugal adotou uma estratégia “parasitária”[20], uma estratégia que seria chamada, na linguagem de um economista (e entusiasta da teoria dos jogos), uma estratégia de passageiro clandestino.